Cefaleias secundárias são aquelas causadas por alguma outra doençacomo infecções (sinusites, meningites) ou por doenças bem mais graves como tumores cerebrais, traumatismo craniano, meningites, acidente vascular cerebral (derrame), hidrocefalia, Herpes-zóster e aneurismas. Ou ainda por alterações metabólicas ou hormonais.
Saiba como diferenciar enxaqueca da dor tensional
Abaixo, um relato de caso onde minha experiência e avaliação minuciosa, proporcionaram um diagnóstico preciso, permitindo ao paciente o melhor tratamento para o momento, garantindo sua qualidade de vida.
Relato de caso:
Menor T.G. de 9 anos de idade. Nascido a termo. Parto normal. Andou antes dos 12 meses engatinhou durante pouco tempo, começando andar quase que de imediato. Falou as primeiras palavras aos 13 meses e aos 2 anos e meio já tinha adquirido o vocabulário necessário para manter uma conversa condizente com a idade.
Em maio de 2014 a mãe levou a criança ao pediatra por queixas de dor em MMIIs (pernas), cansaço e sem vontade de fazer as coisas.
O diagnóstico médico foi de dor de crescimento, explicando ser normal quando a criança cresce rápido e pediu um tempo para observação.
Em agosto do mesmo ano a mãe percebeu que a criança tinha problemas de equilíbrio, caía com facilidade, tinha dor de cabeça e dor nas costas, pouca energia e ficava bastante tempo na cama.
Voltou ao pediatra que solicitou alguns exames e o diagnóstico foi diagnóstico de febre reumática.
Apresentou-se na clínica e durante a avaliação fisioterápica, a criança apresentou queixa de dor de cabeça e dor no abdômen.
Apresentava pouca energia, diminuição de força muscular em MMSS e MMIIS bilateral, sendo menor a direita. Reflexos patelar diminuído sendo a diminuição maior à esquerda. Reflexo bicipital à direita praticamente nulo; à esquerda presente, mas diminuído. Reflexos tricipital presentes bilateralmente, mas ambos diminuídos. Marcha atáxia com inclinação da cabeça à direita.
Falta de equilíbrio tanto na marcha quanto em postura ortostática (em pé)
Segundo relato da mãe, a piora tinha ocorrido nos últimos 3 meses.
Após avaliação, foi solicitado exame de imagem RM (ressonância Magnética) à cabeça.
O resultado do exame de imagem apresentou tumor cerebelar já com uma hidrocefalia (acumulo de líquido dentro do crânio) em estágio avançado.
A criança foi encaminhada para internação no mesmo dia e passou por procedimento cirúrgico para colocação de válvula de drenagem do liquido cerebral.
Com previsão de retirada do tumor e tratamento clinico pela equipe de oncologia.
Hoje essa criança, está perfeitamente adaptada ao seu meio social e com uma vida normal à sua faixa etária.